A
resenha de hoje tem um gosto especial, presente de aniversário, livro que tem
uns 4 anos que quero ler e uma história totalmente diferente de tudo que já li.
Vamos então analisar:
Livro:
Cabeça Tubarão - Steven Hall
Sinopse:
Cabeça tubarão - Certo dia, Eric Sanderson acorda sem vestígios de memória: não
sabe quem é, onde está, nem como foi parar ali. Não encontra nenhuma foto ou
documento com seu nome estampado. Como se não bastasse, começa a receber cartas
de si mesmo. Guiado por elas, conhece uma psiquiatra, que o recebe no
consultório com um diagnóstico tenebroso: amnésia dissociativa, uma forma rara
da doença, que arrasta suas lembranças de volta à estaca zero toda vez que ele
apresenta algum progresso. Segundo a médica, Eric perdeu a namorada há três
anos em um acidente na Grécia, e desde então começou a apresentar lacunas na
memória. A doença só piorou, e a cada recorrência - aquela seria a décima
primeira - ele lembrava menos. Porém aos poucos Sanderson descobre que suas
memórias não foram perdidas, mas devoradas por um tubarão de idéias que
continua em seu encalço. Enquanto foge desse monstro feito literalmente de
palavras, vai juntando as pistas de sua identidade perdida, com a ajuda das
cartas que enviou para si mesmo do passado.
Entre
túneis de palavras, subterrâneos de papel, sociedades secretas de arqueologia,
monstros conceituais e amores de carne e osso, Sanderson encontra outro
poderoso inimigo de identidades, além de um cientista samurai afundado em papéis
e inúmeras figuras pitorescas que se juntam a ele na caçada final. "Cabeça
Tubarão" é um verdadeiro jogo com o mundo conceitual e o real, e sua
originalidade se estende aos truques tipográficos, às criaturas de palavras que
saltam de suas páginas e à criptografia de textos. Por todo o livro, há códigos
e mistérios a serem decifrados, numa prosa que combina o ritmo frenético de um
blockbuster com o refinamento literário de um escritor jovem e promissor.
O autor
me surpreendeu, eu nunca vi tanta criatividade em uma história só, tudo bem que
inicialmente tive lembranças de filmes como A Identidade Bourne e Amnésia que
eu adoro e eu senti uma vibe Dan Brown super básica. Porém tive uma história
super diferente, e várias vezes até difícil de imaginar toda a parte
conceitual. Quando leio estórias assim eu só consigo pensar como esse cara
acordou um dia e disse, acho que vou escrever sobre uma coisa bem louca. Além
do que começar uma história com uma referência do apaixonante filme Casablanca,
já faz essa autora quase cair de amores pelo livro. Mas então o fulano, vou
chamá-lo assim acorda e não lembra de nada de sua vida. Eu sinceramente achei
que toda essa perda de memória lembrou muito o Mal de Alzheimer, porém ele
consegue se comunicar com uma psiquiatra através de um recado deixado por ele
mesmo no caso Eric Sanderson. A médica
explica então para o paciente que ele sofre de distúrbio de memória pós
traumático, devido a morte de sua namorada em um acidente numa ilha grega no
qual ele estava junto. Com isso ela dá uma série de dicas para o protagonista
seguir que para variar, ele não segue nenhuma. Com isso Eric persegue que
existe uma criatura, um tubarão conceitual perigosíssimo, que está perseguindo
e devorando suas memórias, com isso então ele junta situações de física
quântica, o real e o conceitual e não espaços, criando campos de controle e
proteção dessa criatura, formando barreiras de comunicação, utilizando livros,
computadores entre outros. É difícil de visualizar isso mesmo, mas acho que
mostra a importância do conhecimento e da diferenciação do ser humano na
comunicação. O que combina muito bem com a teoria da conspiração abordada pela
história, que foi muito bem combinada. No meio disso temos um cientista que
facilmente seria taxado de louco, como é a visão que eu vejo da Doutora Randle
para os fatos do Eric, e sim temos um romance imprevisível em meio a loucura da
ação, e da montagem de do que é real e do que não é. Eu simplesmente amei a
abordagem. Dito Isso eu achei que ele poderia ter explorado um final um pouco
mais criativo, isso claro se eu não tiver deixado passar uma penca de coisas,
que eu particularmente tenho quase certeza disso. O livro foi uma experiência
bem diferenciada para mim, de certa forma sacudiu minha cabeça para reflexões
de comunicação atual e o que a gente enxerga, perdendo um monte de fatos
ocultos. É uma leitura super recomendada.