No próximo mês Emilly Giffin
lança mais um livro no Brasil, neste caso resolvi resenhar o penúltimo livro
dela.
O Amor Em Primeiro Lugar - Emily Giffin
Eu tenho uma coisa comigo que não
sei se vocês vão concordar, mas na medida que tempo vai passando e autora
ficando mais velha ela também vai amadurecendo suas obras. Ela começou sua
carreira contando sobre mulheres fazendo 30 anos e agora está com personagens
nos seus quase 40, nesse caso ela está cada vez mais se distanciando do enredo
chick-lit e com isso pode desagradar vários leitores antigos. Nesse livro Emily
aborda a relação entre duas irmão Josie e Meredith , e toda uma família
tradicional de um estado que parece ser também deste estilo nos EUA (ATLANTA). Tudo
ia bem quando o líder da família e irmão das meninas Daniel, sofre uma tragédia
e a partir daí a vida de ninguém foi mais a mesma, inclusive dos pais das
protagonistas. Contado pelos dois pontos de vista você vai percebendo que tudo
que aconteceu parece ligado ao acidente. Da parte de Meredith esta se casou com
o amigo de seu irmão, Noland, que tem tudo a ver com acidente, mora na casa dos
pais e não consegue se desprender, não seguiu sua carreira no teatro preferindo
virar uma advogada e ter uma vida estável, e é ressentida até hoje. Da parte de
Josie esta tem o trabalho que sempre quis, é impulsiva, mas não conseguiu
formar a sua própria família como nos seus sonhos e fica remoendo culpa pelo
acidente do irmão até hoje fazendo que inconscientemente sabote todos os seus
relacionamentos e por algumas vezes é tratada como egoísta por algumas pessoas.
O livro retrata o período de aniversário de 15 anos da morte de Daniel, e elas
inclusive resolvem marcar de rever a antiga namorada de Daniel que vai passar
uma lição maravilhosa para irmãs e trazer momentos bem delicados mas
importantes para contexto. Diferente de outros enredos da autora esse aqui não
tem praticamente nenhum romance, inclusive no caso de Josie, Emily me
surpreendeu pois eu achei que ela daria um desfecho bem clichê e mesmo assim
ela não deixou esse fato acontecer. Meredith e Noland também tiveram o final
coerente pois como foi colocado claramente eles se aproximaram pois aconteceu
uma tragédia e portanto teriam que rever vários pontos. Mas mesmo assim eu
achei o final corrido, faltou aquele epílogo da autora para explicar alguns
fatos e bem , gera necessidade dela contar o que aconteceu com seus personagens
em outros enredos. No livro quem aparece muito é Ellen e Andy, personagens de “Ame
O que é Seu” um dos meus livros preferidos da autora, que são amigos de
Meredith e Noland. Outro comentário que tenho a fazer da autora é que ela coloca
a maternidade em um pedestal, como se quisesse provar para tudo e todos que é
salvação de tudo quando não é bem assim. Emily surgiu novamente no enredo cheio
de frases de impacto e análises psicológicas e argumentos (como uma boa
advogada) e na minha opinião se distanciando cada vez mais do estilo mulherzinha,
não é meu livro preferido dela e inclusive acho que se tivesse com uns 23, 24
anos iria detestar, mas é uma reflexão madura sobre impactos de tragédia e
relações de amizade entre pessoas adultas, funções que o livro cumpre de forma
espetacular.