É de
estranhar que eu tenha resolvido falar deste livro, visto que eu falei mal dele anteriormente,
mas andei lendo algumas histórias que envolvem Síndrome de Estocolmo (romances
tem vários com o tema), e eu vou fazer um posto sobre isto. Também topei com
várias resenhas desse livro e relações com a situação. Por esse motivo resolvi
dar mais mais uma chance de leitura para história, e consegui terminar e fazer
um bom proveito do enredo. Devo falar algum spoiler durante a resenha então, se
está muito curiosos, leia primeiro o livro, ou dê uma fugidinha deste texto,
sobre esse badaladíssimo livro.
Livro:
A Carícia do Vento- Janet Dailey
Sinopse:
Livro que marcou a estreia de Janet Dailey na lista dos mais vendidos do The
New York Times, A carícia do vento consagrou a autora como uma das maiores
romancistas do gênero. A protagonista é a jovem milionária Sheila Rogers, bela,
impulsiva e mimada que vivia em Austin, no Texas. Sheila contraria as
expectativas de seus pais e foge para Juarez, no México, com Brad Townsend, um
homem bonito e envolvente, mas que nada mais era senão um caça-dotes. A lua de
mel do casal converte-se num verdadeiro inferno quando seu marido é brutalmente
assassinado e ela é sequestrada e levada por um bando de pistoleiros para um
esconderijo nas montanhas. É ali que Sheila conhece Ráfaga, homem corajoso e
idealista, e logo o ódio se transforma numa paixão arrebatadora.
Para começar o texto, eu sinceramente achei que esse livro era histórico, porque o tema da história, envolve algumas questões sociais que seriam de livros históricos, mas não, ele é contemporâneo, mas uma coisa para época em que foi escrito 1979. Segundo que na minha segunda leitura, eu imaginei aquele povo do narcotráfico mexicano, daquele video da mulher decapitada que está rondando o facebook, principalmente num determinado momento do livro. Terceiro motivo para começar a falar sobre o enredo, foi que a autora pegou uma época, muito boa para falar sobre o tema, pois em 1973 surgia o termo Síndrome de Estocolmo, que significa: um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu captor ou de conquistar a simpatia do sequestrador. Pode ser também chamado assim uma serie de doenças psicológicas aleatórias.
A
síndrome recebe seu nome em referência ao famoso assalto de Norrmalmstorg1
doKreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo que durou de 23 de agosto a 28 de
agosto de 1973. Nesse acontecimento, as vítimas continuavam a defender seus
captores mesmo depois dos seis dias de prisão física terem terminado e
mostraram um comportamento reticente nos processos judiciais que se seguiram. O
termo foi cunhado pelo criminólogo epsicólogo Nils Bejerot, que ajudou a
polícia durante o assalto, e se referiu à síndrome durante uma reportagem. Ele
foi então adotado por muitos psicólogos no mundo todo.
É
importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha
consciência disso. A mente fabrica uma estratégia ilusória para proteger
apsique da vítima. A identificação afetiva e emocional com o sequestrador
acontece para proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e
violenta a qual a pessoa está sendo submetida. Entretanto, a vítima não se
torna totalmente alheia à sua própria situação, parte de sua mente conserva-se
alerta ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar
do sequestrador em algum momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado.
Este
parágrafo está em negrito pois define muito bem a história desse livro na minha
visão.
Mas
vamos ao que interessa, Sheila Rogers é a protagonista mimada desta história,
ela é rica, linda, tem todos os homens aos seus pés, mas está apaixonada por um
que justamente não faz isso, um jovem chamado Brad Townsend, super ambicioso
que está interessado somente na sua grana. Então Sheila num momento de impulso
e rebeldia, daquele tipo sem causa, resolve fugir para o México com o namorada
e lá os dois se casam, na noite de núpcias, a jovem esposa descobre o
verdadeiro caráter do marido. Ciente do que fez Sheila, não sabe o que fazer,
só pensa estar muito arrependida, para piorar ainda mais a situação, seu marido
resolve viajar pelas estradas sombrias do México e isso, não termina bem, seu
marido é assassinado por um grupo de assaltantes, pois tentava reagir e Sheila,
acaba sequestrada por eles. Então nesta parte a história começa de verdade.
Sheila, de forma bem articulada lutou por sua vida, e consegue que eles a levem
para o acampamento deles, mas antes ela sofre um bocado, Juan Ortega tenta
estuprá-la, e conhece também Laredo e Ráfaga (protagonista da história e líder
do bando). Sheila então se transforma de menina mimada, a mulher corajosa. No
início da história ela se aproxima de Laredo, pois acha que ele é o único que
fala inglês da turma de mexicanos. Laredo é bacana mais reservado, um bandido,
por legítima defesa que acabou caindo no bando de guerrilheiros que assaltam
cadeias. Porém quem manda ali é Ráfaga, com seus olhos negros e cabelos
escuros, o líder e revolucionário homem. Ráfaga é um "bandido", um
homem com instinto revolucionário e a autora não fez nada para alterar a imagem
dele disto que eu citei. Ele lidera uma aldeia no qual vive pessoas com os
pensamentos dele, uma vila independente e que não gera impostos para o governo
e por isso é clandestina.
Eu
achei sinceramente que faltou algumas explicações em torno de Ráfaga, como ele
foi parar naquele tipo de vida, sua origem, não queria algo que justificasse o
fato dele estar nessa vida, mas alguma coisa que desvendasse o mistério dele,
como o que Laredo contou. Fiquei com uma pulga atrás da orelha sobre quem era
Ráfaga.
O
romance dos dois é explosivo no sentido sexual, porque eu não vi amor demais
ali não viu, somente uma química bem forte. Temos também a situação clara da
Síndrome de Estocolmo, Sheila tentou se adaptar ao meio com medo do que poderia
acontecer com ela e acho que ela deixou se levar por Ráfaga inicialmente por
esse motivo.
Quanto
as criticadas cenas de violência o quase estupro eu ainda acho um absurdo
tremendo, mas eram um grupo de marginais revolucionários. Sobre os castigos,
são como as leis que matém um lugar funcionando, é uma coisa cruel, sim mas
serve para impor medo nas pessoas, então em parte eu achei coerente o castigo
da Sheila, embora não seja uma coisa boa de se ler.
O final
da história, fez muita gente ficar com raiva eu sei, mas eu achei ele quase que
a melhor parte do livro, dado o estilo de vida dos personagens, não tinha como
ter um happy end bonitinho, era melhor como foi.
Nessa
minha segunda leitura em confesso que consegui enfim engolir o livro, ainda
acho ruim, e os protagonistas no meu ponto de vista não são carismáticos, mas
dado o tema da história, acho que vale a leitura pela polêmica do debate.
Sobre o
amor entre os protagonistas,quero falar algumas questões pessoais, eu não acho
o tema desse livro um bom argumento para começar uma história de amor e acho
que no final da história ela tinha que ter tido mais considerações pelos pais.
Mas é um tema que as pessoas em geral costumam gostar, pois apresenta a dominação em pauta.
Oi Tamires,li sua resenha sobre o livro A Caricia do Vento da Janet Dailey e gostaria se você me permitisse fazer um comentário sobre ele( o livro) aqui: Sei que a Síndrome de Estocolmo,pode ter influenciado a Sheila no primeiro momento,no segundo momento também,pois ela estava lutando acima de tudo para se defender,para sobreviver,isso fica mais do que evidente ,quando ela começa a se insinuar para o Laredo. Mas,amiga você não acha que ela teve tempo,e oportunidade para reconhecer que não foi a necessidade de liberdade que a manteve ao lado do Ráfaga? Afinal,na hora que a polícia estava atrás deles,ela lutou para que ele escapasse,chamando a atenção da polícia para ela. E depois,quando já estava a salvo com os pais ,ela desejou,esperou e conseguiu ir para os braços dele de novo. bjssss Valkiria.
ResponderExcluirValkiria é um prazer tê-la no blog, e comentando. Esse livro da Janet Dailey é um clássico e sempre desperta muita polêmica, e opiniões divergentes. Continuo pensando que houve um pouco de síndrome de Estocolmo na situação, mas achei ótima sua argumentação.
ExcluirTamires,continuando o meu comentário ,gostaria de dizer que achei ótimo ter mais um espaço para comentar livros de romance,pois que são uma das melhores formas de lazer para mim,obrigada por nos dar a chance de expor opiniões e por termos a chance de também ver suas próprias opiniões. Não deixa de ser estimulante,ler e poder retrucar e entender todo o processo de criação de nossos maravilhosos romances. Parabéns por esse cantinho maravilhoso que você criou com tanto carinho. bjssssss Valkiria.
ResponderExcluirContinue sempre visitando e trazendo opinião
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