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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Deserto dos Tártaros - Dino Buzatti


Sabe aquele livro que você talvez nunca compraria numa livraria ou pegaria emprestado em uma biblioteca, então essa é minha opinião sobre o livro que meu professor de faculdade propos um trabalho e eu acabei por aceitar o desafio de lê-lo e digo que o resultado foi marcante para minha vida:
Livro: O Deserto dos Tártaros
Autor: Dino Buzatti


 Sinopse: Ao alcançar o posto de tenente, o jovem Giovanni Drogo é designado para o Forte Bastiani, o que crê ser a primeira etapa de uma carreira gloriosa. A má impressão que tem ao chegar ao isolado forte o abala A espera pelo inimigo, que justifica a permanência do comando militar na região, transforma-se na espera por uma razão de viver, na renúncia da juventude e na mistura de fantasia e realidade. Militares apáticos vêem aos poucos seus sonhos serem minados numa rotina angustiante e alimentam a ilusão ou o temor de que um dia a batalha de suas vidas aconteça, quando os inimigos finalmente surgirem do deserto.
Minhas opiniões:
A idéia central foi mostrar a perda da juventude, para uma obsessão de realizar um ato heroico, a vontade de salvar a pátria, que acaba por se tornar para o protagonista como um falso sentido da vida, Drogo fala que tem muito tempo de vida e que por isso poderia ficar mais tempo no Forte de Bastiani, sendo assim o personagem acabar por fazer do local o seu “templo” particular, no qual ele foge do tempo e desenvolve sua maior ambição.O livro tem seu final frustrante para  que possamos perceber a importância de aproveitar cada minuto, vivendo com a maior intensidade possível, cada instante da vida. Tem uma cena do livro que remete muito bem a mensagem principal, nela o protagonista da história tem um sonho, no qual ele ainda é uma criança, querendo brincar e explorar o mundo e sonha com um amigo companheiro do forte também criança, que é levado por fantasmas para a morte. Isto era um alerta para Drogo, pois da forma que ele estava vivendo na monotonia, ele acabaria por esperar a morte e seria como se morresse ainda menino , pois era o único momento em que ele teria “vivido” verdadeiramente. O fato é que ler sobre uma vida jogada fora desta forma, é de fato muito chocante e acaba por mexer com as nossas emoções.
 Ponto positivo:  o fato dele fazer uma espécie de alerta, para que a gente possa aproveitar a vida, sem desperdiçá-la, ao escrever utilizando de uma monotonia extrema, o autor quis destacar, como o protagonista tinha uma vida vazia, e isso faz com que a gente reflita, quais seriam os nossos “Fortes Bastianis”, lugares que a gente usa para fugir do tempo, da nossa própria vida. O livro como eu li num site de resenhas literárias não tem como o leitor passar impunemente por ele, pois ele gera grandes reflexões, e nesse contexto, eu particularmente acho que ele faz um trabalho bem melhor que muitos livros de auto ajuda que existem no mercado.

Ponto negativo: o livro mostrar uma alta melancolia e monotonia, proposital, é claro, a leitura torna-se enfadonha, parece que a cada página lida as coisas não andam e parece que é tudo igual. O final então é o mais frustrante possível, dá uma grande sensação de vazio, apesar de que no contexto da história não tinha como ser diferente. Definitivamente não é uma leitura para entretenimento, mas sim para reflexão.

Bônus: Oportunidade de conhecer um dos principais livros do século passado, que por sinal eu nunca tinha ouvido falar. Mas o que eu achei de melhor, foi que estudando a história a gente vê como que  as duas guerras afetaram, mais de uma maneira geral. Lendo o livro pode-se perceber como a guerra afeta o indivíduo pessoal, até a forma melancólica com que o autor escreve, é para mostrar a tristeza que uma guerra gera, e dessa vez foi demonstrado, um sentimento diferente, a frustração de um soldado não poder realizar a sua atividade para o que foi treinado. Ao final dessa atividade eu só posso reforçar uma conclusão, de que guerra não compensa de hipótese alguma. Parece um pouco clichê mais realmente o mundo precisa de paz.