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terça-feira, 16 de abril de 2019

Tudo que a Gente Sempre Quis - Emily Giffin

Começar essa semana com a resenha do lançamento dessa autora mundialmente conhecida e que trouxe polêmica da primeira a última página.


Sinopse: Casada com um membro da elite de Nashville, Nina Browning leva a vida com que sempre sonhou. Recentemente, o marido ganhou uma fortuna vendendo seu negócio de tecnologia e o filho adorado foi aceito em Princeton. No entanto, às vezes Nina se pergunta se ela se afastou dos valores com que foi criada em sua pequena cidade natal.  Tom Volpe é um pai separado que se divide entre vários empregos para criar a filha, Lyla. Ele finalmente começa a relaxar depois que a menina ganha uma bolsa de estudos na escola de maior prestígio de Nashville.
Filha de uma brasileira e de origem menos abastada, Lyla nem sempre se encaixa em meio a tanta riqueza e privilégios, mas, na maioria das vezes, ela é uma adolescente típica e feliz.
Então uma fotografia, tirada em um momento de embriaguez em uma festa, muda tudo. À medida que a imagem se espalha, as opiniões da comunidade se dividem.
No centro das mentiras e do escândalo, Tom, Nina e Lyla são forçados a questionar seus relacionamentos mais íntimos, percebendo que tudo que sempre quiseram talvez não fosse tão perfeito assim.

Eu sigo a autora no facebook, e ela é bem ativa. Quando li o lançamento dele no ano passado e fui acompanhar o enredo pensei, pronto não vou gostar. Aí quando vi na pré-venda da Arqueiro, pensei vou dar uma chance, para esse enredo polêmico da autora. O livro conta três pontos de vistas ( não gosto muito desse tipo de recurso, mas aqui até que não me incomodou), Nina, Tom e Lyla, analisando cada um seu ponto na estória. O fato começa com Nina descrevendo o glamour do seu padrão de vida. com muita ironia e crítica, o próprio marido dela Kirk acha uma bobeira essas arrecadações de fundo e ativismo social, ou seja o verdadeiro mimimi. Nesse meio tempo o filho de Nina e de Kirk, Finch foi aceito na Universidade de Princeton, super tradicional nos EUA, e o casal parece ter a vida perfeita. Porém um fato bobo  acontece, Finch divulga uma foto de uma parte de um seio de uma adolescente, LYLA, que termina por viralizar nas redes sociais e o que é mais sério ainda é a legenda "green card", uma referência clara de xenofobia, visto que LYLA é filha de uma mãe brasileira do Rio de Janeiro. A outra ponta da estória é TOM, que é o pai solteiro de Lyla e quer justiça pelo que fizeram com a filha. Partindo deste estopim Nina começa  questionar sua própria vida, a criação de seu filho e até mesmo o sentimento pelo marido, essa geralmente é uma grande característica da autora, ela sempre faz as personagens questionarem as coisas pequenas por um viés maior em suas próprias vidas, como se aquilo representasse uma ponta do problema que culmina com uma explosão. Quando eu acompanhava as postagens da autora antes do livro eu já percebia o viés político dela, claramente contra a eleição de Donald Trump e ela trás esses conceitos paras as páginas, acho que esse é um dos motivos que esse livro está sendo tão criticado nos EUA. Fui visitar uma página americana, uma espécie de skoob e o que vi de gente descendo a lenha não foi brincadeira, além do que o livro é uma crítica aberta ao "novo" conservadorismo que anda assolando todos os lugares, o próprio Brasil mesmo, machismo, noções de esquerda e direita, polarização, exposição em redes sociais, fazem do livro uma leitura extremamente atualizada de tudo que a gente vem acompanhando. Tenho que confessar que Emily foi muito corajosa ao escrever um enredo desses nessa época.

Outro comentário que é necessário ser feito, quem acompanha a autora há muitos anos sabe que ela começou com um chick-lit velado, sobre amigas fazendo 30 anos e agora veio contar uma estória de uma mulher com mais de 40 anos, com filho adolescente com outro contexto. A autora de fato vem evoluindo muito em seus enredos, mas penso que talvez seu público não esteja acompanhando essa evolução, ontem mesmo fui comentar na página da autora que havia gostado do livro, e o que vi foram sugestões de que ela deveria escrever New Adult, livros de universidade e gente falando que esse livro dela que estou resenhando é pior de todos. Então vamos pensar um pouco eu já venho achando que ela de fato tem o interesse de se afastar do chick-lit, mas eu acho que ela ainda tem um público muito novo, que gosta de Rachel e Darcy, que talvez não esteja disposto a essa mudança, e na minha teoria da conspiração talvez seja por isso que estou vendo a autora mais que depressa preparando um livro novo, como ela falou em sua página. Porém a pergunta que não quer calar é se eu curti o livro? Sim, eu gostei muito, mas achei um livro curto da autora sabe, poderia ter mais páginas e eu achei que faltou uma pitadinha de romance coisa que nos dois últimos livros dela não andaram tendo mesmo, mas que Emily é uma mestre das análises isso ela é mesmo, não obstante ela é advogada na formação.