terça-feira, 26 de março de 2019

O Amo em Primeiro Lugar - Emily Giffin




No próximo mês Emilly Giffin lança mais um livro no Brasil, neste caso resolvi resenhar o penúltimo livro dela. 
O Amor Em Primeiro Lugar - Emily Giffin
Eu tenho uma coisa comigo que não sei se vocês vão concordar, mas na medida que tempo vai passando e autora ficando mais velha ela também vai amadurecendo suas obras. Ela começou sua carreira contando sobre mulheres fazendo 30 anos e agora está com personagens nos seus quase 40, nesse caso ela está cada vez mais se distanciando do enredo chick-lit e com isso pode desagradar vários leitores antigos. Nesse livro Emily aborda a relação entre duas irmão Josie e Meredith , e toda uma família tradicional de um estado que parece ser também deste estilo nos EUA (ATLANTA). Tudo ia bem quando o líder da família e irmão das meninas Daniel, sofre uma tragédia e a partir daí a vida de ninguém foi mais a mesma, inclusive dos pais das protagonistas. Contado pelos dois pontos de vista você vai percebendo que tudo que aconteceu parece ligado ao acidente. Da parte de Meredith esta se casou com o amigo de seu irmão, Noland, que tem tudo a ver com acidente, mora na casa dos pais e não consegue se desprender, não seguiu sua carreira no teatro preferindo virar uma advogada e ter uma vida estável, e é ressentida até hoje. Da parte de Josie esta tem o trabalho que sempre quis, é impulsiva, mas não conseguiu formar a sua própria família como nos seus sonhos e fica remoendo culpa pelo acidente do irmão até hoje fazendo que inconscientemente sabote todos os seus relacionamentos e por algumas vezes é tratada como egoísta por algumas pessoas. O livro retrata o período de aniversário de 15 anos da morte de Daniel, e elas inclusive resolvem marcar de rever a antiga namorada de Daniel que vai passar uma lição maravilhosa para irmãs e trazer momentos bem delicados mas importantes para contexto. Diferente de outros enredos da autora esse aqui não tem praticamente nenhum romance, inclusive no caso de Josie, Emily me surpreendeu pois eu achei que ela daria um desfecho bem clichê e mesmo assim ela não deixou esse fato acontecer. Meredith e Noland também tiveram o final coerente pois como foi colocado claramente eles se aproximaram pois aconteceu uma tragédia e portanto teriam que rever vários pontos. Mas mesmo assim eu achei o final corrido, faltou aquele epílogo da autora para explicar alguns fatos e bem , gera necessidade dela contar o que aconteceu com seus personagens em outros enredos. No livro quem aparece muito é Ellen e Andy, personagens de “Ame O que é Seu” um dos meus livros preferidos da autora, que são amigos de Meredith e Noland. Outro comentário que tenho a fazer da autora é que ela coloca a maternidade em um pedestal, como se quisesse provar para tudo e todos que é salvação de tudo quando não é bem assim. Emily surgiu novamente no enredo cheio de frases de impacto e análises psicológicas e argumentos (como uma boa advogada) e na minha opinião se distanciando cada vez mais do estilo mulherzinha, não é meu livro preferido dela e inclusive acho que se tivesse com uns 23, 24 anos iria detestar, mas é uma reflexão madura sobre impactos de tragédia e relações de amizade entre pessoas adultas, funções que o livro cumpre de forma espetacular.